CVentures lança Fundo Primus II para investir em scale-ups de oito verticais
Mesmo em um ano difícil para a economia brasileira, o apetite dos investidores em startups manteve-se em ritmo acelerado. Foram 268 novos investimentos, entre janeiro e agosto, que somam US$ 1,42 bilhão, segundo o Inside Venture Capital Brasil. Em Santa Catarina, a CVentures, braço de investimentos da Fundação CERTI, está em fase de captação do seu fundo de investimento Primus II.
O fundo terá capital de R$ 60 milhões para investimento em empresas de alto crescimento (scale-ups), sendo que cerca de 30% deste total já foram captados. Um dos diferenciais do fundo é que permite alocações aos investidores via Lei de Informática, tornando-se um atrativo para empresas que dispõem de recursos para investir conforme parâmetros da Lei. O percentual pode chegar até 2,16% (projeto de PD&I nas empresas incentivadas) do montante de 4% que podem ser investidos via Lei de Informática. Os investidores que quiserem usar o recurso contarão com a expertise da CERTI para o devido enquadramento e report dos investimentos através da Lei.
O Fundo terá prazo de 10 anos, sendo os seis primeiros para investimentos e o restante para desinvestimentos, com alocação gradual entre rodadas Seed (empresas em fase iniciais) e Growth Stage (fase de crescimento), permitindo rodadas de follow-on nos principais projetos. O fundo tem a perspectiva de investir entre 12 e 15 empresas, com aportes em média de R$ 3 milhões por startup, e com orientação de investir pelo menos 2/3 do capital em empresas de Santa Catarina. “O fato de estarmos dentro do ecossistema de inovação do Estado mostrou que os resultados para os aportes feitos em empresas catarinenses foram muito assertivos”, destaca Adonay Freitas, Diretor de Investimentos da CVentures.
Freitas refere-se ao desempenho do Fundo Primus I, que aportou R$ 83,4 milhões em 15 startups dos três Estados da região do Sul e de São Paulo, sendo que 60% foram destinados para empresas de Santa Catarina. Das 15 investidas, quatro delas já foram vendidas, caso das catarinenses Hiper (adquirida pela Linx) e Zygo (agora empresa da PagSeguro). “Estamos realizando esses desinvestimentos e ajudando as outras 11 empresas a fazer novas rodadas de captações para continuarem seus ciclos de crescimento em ritmo acelerado”, ressalta Adonay. Entre os investimentos, um dos cases de sucesso foi a Exact Sales, empresa que nasceu no CELTA, incubadora da CERTI. “Na época era uma empresa dedicada à consultoria na área comercial. Ajudamos na transformação de uma empresa de software de recorrência, que hoje é líder de mercado com um dos principais softwares na área comercial”, lembra Adonay.
O Fundo Primus II é um fundo multicorporativo e irá priorizar empresas em oito verticais de atuação: aplicações em telecom, smart cities, indústria 4.0, smart devices, soluções voltadas para healthtec e agrotech, aplicações em energia e em logística.
O momento atual é de avaliação das empresas que receberão os novos investimentos. “Estamos interagindo e conversando com algumas empresas, entendendo o projeto, a dinâmica da empresa, se está dentro da tese que o fundo pretende alocar, olhando eventualmente um possível aporte a partir do segundo semestre do ano que vem”, adianta Adonay.
Sobre a CVentures
Considerada gestora de referência em Venture Capital de base tecnológica no Brasil, a CVentures está em atuação desde 2013. O Fundo Primus I foi indicado em 2020 ao prêmio Startup Awards, uma iniciativa da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), como um dos três melhores fundos de venture capital do Brasil. A CVentures tem sua sede em Florianópolis, dentro do CELTA, e um dos diferenciais é no aspecto de originação dessas empresas de tecnologia por estar inserido em um ecossistema muito robusto e maduro.