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Inovação na Amazônia: como o empreendedorismo contribui para proteger a floresta

Em 2021, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26) ressaltou as preocupações com o futuro do planeta e a necessidade de mover o mercado rumo a cadeias produtivas mais sustentáveis.No cerne dessa discussão está a bioeconomia, uma abordagem essencial para o desenvolvimento de modelos de produção mais preocupados com seus impactos socioambientais e que busquem uma maior harmonização entre desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.

Nesse sentido, o Brasil tem na região amazônica um potencial enormes para investir na bioeconomia e se destacar mundialmente

Da Amazônia são extraídos insumos que se transformam em alimentos e bebidas, cosméticos e fármacos, borracha, moda e acessórios, entre tantos outros produtos capazes de promover o desenvolvimento sustentável da região e impulsionar a economia do País.

Para isso, é preciso investir em inovação na Amazônia, conectar as boas iniciativas locais – que valorizam a floresta em pé e uma economia de baixo carbono – às cadeias globais. Pois, é importante dizer, não faltam pessoas, ideias ou estudos relevantes na região, mas sim incentivo ao empreendedorismo local.

O estado atual do ecossistema de inovação na região

Nos últimos anos, o Brasil regrediu nas suas políticas ambientais e o desmatamento na Amazônia atingiu, em 2021, a maior taxa em 15 anos. Esse resultado só amplia a necessidade de se promover atividades de empreendedorismo sustentável na região, para valorizar os recursos (humanos, biológicos e materiais) da floresta e ajudar a preservá-la.

No entanto, há um importante fator que impede que isso avance, que é a falta de parcerias com o setor privado e a consequente lacuna entre a produção de conhecimento e a criação de novos negócios.

De fato, a região amazônica apresenta uma diversidade de players com grande potencial para a ativação do ecossistema de inovação da região. O problema é que os atores das cadeias produtivas estão muito dispersos e desconectados – entre si e do mercado -, o que leva a uma baixa eficiência dos recursos investidos.

Isso cria um abismo entre a demanda e a oferta, impactando diretamente as comunidades locais, que pouco têm se apropriado das oportunidades ou pouco se beneficiam da agregação de valor que  poderia ser gerado localmente.

Nesse contexto, sem uma perspectiva de uma cadeia completa – da floresta ao mercado – e sem inovações capazes de criar valor para a região amazônica e de diversificar a demanda, esse ecossistema não consegue atrair os investimentos necessários para o desenvolvimento da bioeconomia e a manutenção da floresta em pé. Afinal, a atração do setor privado depende de oportunidades competitivas.

Se hoje a floresta em pé não é economicamente competitiva frente às atividades do agronegócio, é preciso criar ambientes propícios indutores para criar competitividade econômica para os produtos florestais sustentáveis e para promover a inovação em escala na cadeia de valor.

Inovação na Amazônia: por que é necessário incentivar o empreendedorismo

A velocidade de destruição da Amazônia demanda uma crescente capacidade de produzir inovação de forma diversificada. Para isso, a ativação de um ecossistema que estimule propostas inovadoras, valorize oportunidades locais e gere valor econômico e socioambiental para a região é fundamental para incentivar o empreendedorismo de impacto em escala.

Ao permitir que os atores locais ajam de forma integrada – mobilizando suas capacidades criativas e produtivas associadas à conservação da floresta – é possível adentrar em um novo cenário, favorável à inclusão social, à proteção da biodiversidade e à mitigação das mudanças climáticas.

Ativar e fortalecer o ecossistema de inovação na região amazônica é criar as condições para que isso possa acontecer. E isso passa pelo estímulo ao surgimento de talentos empreendedores, promovendo a criação de startups e mecanismos de programas para potencializar o ecossistema, como incubadoras e aceleradoras.

Como incentivar a cultura da inovação na região amazônica

Um mapeamento realizado pela Fundação CERTI em 2019 constatou que existe na região amazônica uma lacuna clara no início da jornada de um empreendimento inovador. Existem diversos cursos de graduação e linhas de pesquisa com potencial de criação de valor para a floresta e as comunidades, mas poucos empreendimentos de bioeconomia.

Essa constatação é importante para ressaltar a necessidade de inspirar e despertar novos talentos para a cultura do empreendedorismo, da inovação e do propósito de impacto. É preciso fomentar o surgimento de novas lideranças capazes de criar e desenvolver novos empreendimentos.

E, para isso, é preciso, novamente, ativar o ecossistema de inovação da região amazônica como um todo, o que passa por promover o protagonismo jovem na criação de soluções que agreguem valor à cadeia produtiva local.

A Fundação CERTI atua como idealizadora e coordenadora da Jornada Amazônia, uma iniciativa de fomento ao empreendedorismo na região amazônica, que busca ativar e fortalecer o ecossistema de inovação de impacto e o desenvolvimento da bioeconomia de base florestal local. Para saber mais, continue acompanhando nossos conteúdos. 

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