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GovTechs e Civic Techs: estratégias de crescimento para essas startups

Transformar a maneira como os governos operam e como os cidadãos se envolvem com o setor público é uma tarefa desafiadora, mas cheia de possibilidades. E é por isso que startups das áreas de GovTechs e Civic Techs estão desenvolvendo tecnologias para trazer inovação e eficiência ao setor público, tornando os serviços mais acessíveis e as decisões governamentais mais conectadas às necessidades da população.

Para superar os desafios inerentes a este processo, iniciativas como programas de apoio, fundos de investimento e colaborações internacionais se configuram como caminhos promissores para impulsionar o desenvolvimento dessas empresas. Vamos entender como essas oportunidades podem ajudar as GovTechs e Civic Techs a avançar no mercado.

GovTechs e Civic Techs no Brasil e no mundo

GovTechs e Civic Techs estão ganhando relevância no Brasil e no mundo. 

As GovTechs são startups que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas para o setor público, com o objetivo de tornar os serviços governamentais mais eficientes e acessíveis.

Elas atuam em áreas como automação de processos internos e criação de aplicativos para a participação cidadã, gerando economia e agilidade para os governos.

No Brasil, o cenário é promissor. Dados do Mapa GovTech 2024 indicam que em 2020, apenas 80 GovTechs estavam em atividade. Hoje, esse número cresceu para 475, um aumento de 493%. Esse crescimento reflete a necessidade crescente de inovação no setor público.

Além disso, o país se destacou no GovTech Maturity Index de 2022 do Banco Mundial, figurando entre os líderes globais em governo digital. Neste cenário, o Brasil também foi classificado como o quarto país da América do Sul em oferta de serviços públicos digitais, segundo a ONU.

As Civic Techs, por sua vez, têm como foco a mobilização social e a melhoria das condições de vida das comunidades. Essas tecnologias cívicas colocam os cidadãos no centro das soluções, oferecendo ferramentas para que eles participem ativamente do sistema democrático.

Segundo o “Civic Services Global Market Report 2024“, o mercado de serviços cívicos está crescendo rapidamente, com estimativas de aumento de US$ 1.123,7 bilhões em 2023 para US$ 1.185,45 bilhões em 2024, o que representa um crescimento anual de 5,5%.

Quais desafios as GovTech e Civic Techs enfrentam no mercado?

Embora as GovTechs e Civic Techs estejam ganhando espaço e transformando a relação entre governo e sociedade, elas enfrentam desafios significativos para crescer e se consolidar. Esses desafios variam desde a dificuldade em engajar os cidadãos até a complexidade dos processos governamentais.

Engajamento dos cidadãos nas Civic Techs

Um dos maiores obstáculos para as Civic Techs é conseguir engajar um grande número de cidadãos. Afinal, para que suas soluções façam a diferença, é essencial que muitas pessoas participem ativamente.

Sustentabilidade financeira nas Civic Techs

Outro desafio para as Civic Techs é manter a sustentabilidade financeira. Muitas dessas ferramentas são oferecidas gratuitamente aos cidadãos, o que levanta a questão de como garantir a continuidade dos serviços sem comprometer a integridade das iniciativas. 

Encontrar um modelo de negócios que permita manter o acesso gratuito e, ao mesmo tempo, seja financeiramente viável é um equilíbrio delicado.

Adaptação e adoção governamental nas GovTechs

Para as GovTechs, o principal obstáculo está na adoção das novas tecnologias pelos governos. Essas entidades, por natureza, são avessas ao risco e, frequentemente, não dispõem de tempo ou recursos para desenvolver e implementar inovações.

Isso faz com que a introdução de novas soluções tecnológicas seja um processo demorado e, muitas vezes, frustrante.

Complexidade dos processos governamentais

Além da resistência à mudança, as GovTechs também enfrentam a complexidade dos processos internos dos governos. Empresas externas precisam adaptar suas soluções às burocracias governamentais e respeitar o calendário político, que pode ser difícil de navegar.

Além disso, as ferramentas desenvolvidas precisam ser escaláveis e responder às necessidades locais específicas, o que complica ainda mais a implementação.

Desequilíbrio entre Civic Techs e GovTechs

Por serem menos dependentes das burocracias governamentais, as Civic Techs tendem a evoluir mais rapidamente do que as GovTechs. Esse descompasso pode criar uma situação onde os cidadãos demandam mudanças que os governos não conseguem implementar com a mesma velocidade, gerando frustração tanto para a sociedade quanto para as empresas envolvidas.

Oportunidades para GovTechs e Civic Techs

GovTechs e Civic Techs estão em uma posição única para modificar a visão e a relação dos cidadãos com o setor público. Em tempos de restrição de recursos e baixa confiança nas instituições, essas startups trazem inovação, eficiência e legitimidade para as administrações públicas.

Ambientes regulamentares favoráveis

Governos ao redor do mundo estão reconhecendo o potencial das GovTechs e CivicTechs. Embora geralmente não iniciem projetos de Civic Tech, muitos também criam ambientes legais que permitem o florescimento dessas iniciativas.

Um exemplo é a Polônia, onde o programa GovTech Polska está reformulando o sistema de aquisições públicas, convidando startups e especialistas em tecnologia para desenvolver soluções inovadoras que beneficiem a administração pública.

Programas de aceleração

Programas de aceleração também são uma grande oportunidade para GovTechs e Civic Techs. Essas iniciativas oferecem capacitação, mentorias e networking, ajudando startups a escalar suas soluções e a se conectar com investidores e parceiros estratégicos.

Iniciativas como essas são essenciais para preparar as startups para atender às necessidades do setor público e se destacarem no mercado.

Fundos de investimento

O aumento do interesse em GovTechs e Civic Techs também está atraindo investimentos significativos. Fundos especializados estão surgindo para apoiar essas startups, oferecendo capital e suporte estratégico para o desenvolvimento de suas soluções.

Esses fundos também visam o impacto social e a melhoria dos serviços públicos. Isso cria uma oportunidade para startups que buscam escalar suas operações e aumentar seu impacto.

Colaboração internacional

Por fim, a colaboração internacional oferece outra via promissora para GovTechs e Civic Techs. Parcerias com organizações globais, como a ONU, que promove boas práticas em Civic Tech, permitem que startups compartilhem conhecimentos e escalem suas soluções para novos mercados.

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