Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 466 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum problema auditivo. A previsão é de que até 2030 esse número chegue a 630 milhões – sendo que a maioria está em países de baixa renda. A WaveTech surgiu em 2012 com o intuito de atender a essa população e melhorar sua qualidade de vida através do desenvolvimento de aparelhos auditivos no Brasil. “Quando falamos de exclusão social, o maior parâmetro em que pensamos é o financeiro, mas o fato de a pessoa não escutar e ser excluída das conversas também deve ser observado. Uma vez alguém me disse que ter um aparelho auditivo é como voltar a ser um cidadão. Então, temos um papel social importante”, diz o CEO da WaveTech, Guillaume Barrault, que lidera a empresa ao lado do sócio Alexandre Ferreira, diretor de operações.
Enquanto a maior parte das empresas do setor têm matrizes na Suíça, Dinamarca e Estados Unidos, encarecendo os aparelhos auditivos, a WaveTech é uma fabricante 100% nacional e detentora de uma linha de montagem própria. A startup domina o processo de fabricação, processamento de sinais e desenvolvimento de software, ou seja, toda a cadeia de produção do dispositivo. “Outra vantagem em ter um produto totalmente desenvolvido no Brasil é a sua maior capacidade de adequação ao nosso ambiente”, explica o CEO. Todos os equipamentos possuem softwares de adaptação, ou seja, ferramentas para calibrá-los em relação à fonoaudiometria do paciente. A tarefa deve ser executada por um fonoaudiólogo, profissional preparado para extrair a melhor qualidade em áudio do aparelho. “São regulados parâmetros como cancelamento de ruídos e detecção de ambientes. Esses ajustes finos existem para deixar o dispositivo o mais confortável possível para o paciente, da maneira mais rápida”, diz Barrault.
Nesse tempo de atuação, a WaveTech já conseguiu obter certificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a produção e comercialização de aparelhos auditivos, e agora se prepara para entrar no mercado a partir de 2020. Essa entrada coincide com o hype das Healthtechs: startups que desenvolvem soluções voltadas para a saúde, bem-estar e melhoria na qualidade de vida. Em 2018, segundo a Startup Health, o investimento mundial no segmento foi de US$ 15 bilhões, enquanto em 2012 havia atingido cerca de US$ 2,3 bilhões. E, embora o termo esteja em alta apenas nos últimos dois anos, a WaveTech passou por um longo período de evolução e conquistou os prêmios do CELTA como melhor empresa incubada em fase de desenvolvimento, em 2013, e como melhor empresa incubada em fase de implantação, em 2018. O CELTA, onde está localizada a startup, é a incubadora da Fundação CERTI e da FAPESC.
Em 2014, a WaveTech também obteve apoio da FINEP no Programa TECNOVA, que oferece subvenção econômica a projetos de inovação em empresas. A instituição ainda auxiliou a empresa no Programa de Inovação em Tecnologia Assistiva, com financiamento para pesquisa sobre implantes cocleares. Em 2017, a startup recebeu destaque da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e esteve entre os 22 cases das empresas mais inovadoras de todo o país.
Com forte atuação no setores de pesquisa e inovação, a WaveTech já ministrou diversas palestras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre aparelhos auditivos e implantes cocleares. Além disso, faz parte do grupo CB26 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para ajudar a desenvolver as diretrizes de regulação desses equipamentos. Atualmente, a empresa está aprimorando seu software e concentra esforços em retomar sua linha de produção, que já desenvolveu uma família de mais de 40 modelos de dispositivos.
Conheça mais sobre a empresa em: wavetech-st.com