Soluções tecnológicas para indústrias com o uso de câmeras, lentes, leds e outros recursos de física e óptica que tenham relação com luz e visão. Essa é a expertise da Photonita, empresa multimercado que atua na área de metrologia óptica, realizando medições e inspeções mais práticas em máquinas e dutos, sem entrar em contato com a superfície. A empresa surgiu em 2002, como uma spin-off do Laboratório de Metrologia e Automatização da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi idealizada e fundada pelo professor Armando Albertazzi e outros dois alunos, que são seus sócios. A empresa tem um crescimento médio de cerca de 25% ao ano e conta com uma equipe de 6 pessoas.
Instalada no CELTA – incubadora mantida pela Fundação CERTI e FAPESC -, a Photonita teve seu início com aporte da FINEP. Já foi reconhecida como melhor empresa inovadora de micro e pequeno porte no Prêmio Stemmer de Inovação Catarinense, em 2013, e hoje aguarda registro da ANVISA para comercialização de equipamentos direcionados às áreas médica e odontológica.
A Photonita começou com soluções voltadas para os setores automotivo e de óleo e gás. “Nosso primeiro produto foi desenvolvido em parceira com a UFSC e a Petrobras, a fim de resolver um problema específico de integridade de dutos utilizando holografia digital eletrônica”, relembra Carlos Pezzotta, diretor de negócios e um dos três sócios da empresa. Com base nesse primeiro serviço, os empresários passaram a oferecer consultorias, colocando seus conhecimentos à disposição do mercado para captar as necessidades de potenciais clientes. A empresa conquistou presença em diversas áreas, como fundição, aeroespacial, indústria médica, alimentícia, farmacêutica e inspeção industrial. A expansão para outros mercados se deu pelo desenvolvimento de endoscópios de inspeção que podem, por exemplo, ser utilizados para verificar a assepsia de máquinas na indústria de alimentos.
Principal produto
O que era replicável nas consultorias se tornava um produto no portfólio da Photonita. E assim nasceu o primeiro equipamento considerado de prateleira, o BruniTest, que conferiu uma patente de invenção. O aparelho foi desenvolvido para avaliar a qualidade de superfícies brunidas (aquelas que passam por processo de abrasão para o acabamento das peças) na indústria automobilística e para outros setores que desenvolvem motores, sendo adotado nas principais montadoras do país, como a Fiat, a Ford e a GM. O sucesso e aceitação do produto no mercado nacional é tanto que os empresários esperam comercializá-lo em outros países da América do Sul nos próximos anos.
O BruniTest contribui na produção de motores mais eficientes, que consomem menos óleo e combustível. O equipamento testa a superfície dos cilindros de motores de combustão, compressores, componentes hidráulicos e também pode ter aplicação em engenharia experimental, para avaliar e até mesmo gerar novos produtos. As medições podem ser realizadas em questão de segundos, de forma prática e rápida, com método não destrutivo, totalmente automatizado e informatizado. Outras tecnologias desenvolvidas pela Photonita são o sistema de identificação balística (chamado de Lepus) e os serviços de medição de tensões residuais usando laser (MTRES).
Variedade de aplicações
As câmeras e fontes de luz com leds são demandas de uma gama variada de indústrias, já que, quando equipados com cabos de fibra ótica, são capazes de direcionar a luz em diversos tipos de cavidades. Os produtos são utilizados para inspecionar a qualidade de peças e máquinas, além de verificar o funcionamento e a integridade de dutos. O serviço pioneiro no Brasil, chamado de endoscopia industrial, foi desenvolvido pela Photonita de maneira estratégica, com testes de mercado que levaram cerca de 4 anos.
A mais nova aposta da Photonita é a aplicação dessas ferramentas na área médica, com a finalidade de iluminar exames e procedimentos como cirurgias plásticas e videolaparoscopias, além da possibilidade de uso em microscópios. O início dessa produção se deu em 2014 e desencadeou na certificação do produto no Inmetro em 2019. “Esta conquista foi importante para obtermos o registro da ANVISA e podermos comercializar o produto nas áreas médica e odontológica”, diz Cesar Kanda, CEO da empresa e também sócio.
Para que esse processo de certificação fosse realizado, foi fundamental o apoio do SEBRAETEC, programa do SEBRAE para acesso subsidiado à inovação em novos projetos e processos. Em 2017, a Photonita recebeu consultoria, auxílio no controle do fluxo de produção e suporte no gerenciamento de estoque e vendas, o que possibilitou o desenvolvimento do produto para o mercado eletromédico.
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