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Case CELTA: Joga

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Joga – monitoramento de performance para futebol

Quem acompanha futebol já deve ter reparado que boa parte dos jogadores usa, por baixo da camisa do clube, um colete que tem um bolso nas costas para carregar um aparelho de GPS. O equipamento monitora não apenas a posição do jogador durante uma partida, mas também registra a movimentação em campo, o número de arrancadas e distância percorrida. Além disso, gera estatísticas e relatórios que ajudam a comissão técnica a tomar decisões sobre os treinos dos jogadores quanto à intensidade e tipos de exercícios, ajudando até mesmo a poupar os atletas de certas atividades. A Joga, que tem sede em Florianópolis, desenvolve, desde 2017, um aplicativo que realiza todo esse monitoramento por smartphone ou smartwatch. A startup está localizada no CELTA, incubadora mantida pela Fundação CERTI e pela FAPESC. 

A Joga surgiu inspirada na tendência de tecnologias para esporte, como aplicativos de corrida e ciclismo. Um grupo de 4 pessoas decidiu, então, criar algo voltado para a análise de desempenho em futebol. “Pensamos em adaptar isso para o ambiente do futebol e estudamos como poderíamos aprimorar a tecnologia para os gramados e para o desempenho dos jogadores. Unimos essa tecnologia de GPS e monitoramento com a dinâmica do esporte e conexão social”, conta o CEO-fundador da Joga, Robson Motta. 

A aplicação do dispositivo para futebol é restrita. Além de o GPS precisar de otimização e refinamento por conta da mudança de direção e velocidade dos jogadores durante os jogos, algumas vezes é necessário fazer este acompanhamento apenas com o acelerômetro do equipamento. “Muitas vezes o GPS de um smartphone falha, devido a condições climáticas ou em função da existência de muito concreto em torno do campo, o que dificulta o rastreamento, então temos que apelar para outras ferramentas disponíveis”, comenta o CEO. 

A carteira de clientes da Joga é bem variada e inclui tanto clubes profissionais como Ponte Preta, Guarani, Náutico e Tubarão, quanto jogadores amadores, peladeiros de final de semana e escolinhas de futebol. A oportunidade de sucesso da empresa está principalmente no crescimento do mercado de wearables, que é uma tendência no mundo todo. Em 2018, foram vendidos 172,2 milhões de wearables, conhecidos também por “dispositivos vestíveis”, segundo o IDC, instituto de consultoria e pesquisa de mercado presente em 110 países. Apesar de o Brasil representar apenas 0,14% desse número, com 241,3 mil relógios, pulseiras, óculos e fones de ouvido inteligentes, a perspectiva é de um incremento de 91% das vendas, quase dobrando o negócio no país. 

Com a solução da empresa, qualquer jogador, seja amador ou profissional, pode utilizar um smartphone ou smartwatch para monitorar suas partidas e treinos. “Diferente do que acontece no futebol profissional, que é focado em alta performance e movimentação, este viés para o grande público é mais social. O aplicativo gera imagens para redes sociais e mostra conquistas do jogador”, diz Motta. Segundo ele, este público volta sua atenção para as brincadeiras nos grupos de amigos e comparações saudáveis de performance. Por dia, são registradas cerca de 200 partidas na plataforma da Joga, sendo quase metade delas realizadas por amadores. 

Samsung e clubes profissionais

Após um ciclo de aceleração com a Darwin Startups, aceleradora que faz parte do ecossistema CERTI, a Joga se inscreveu no programa Samsung Creative Startups de 2017 e escolheu o CELTA como incubadora âncora. A startup, que já possuía expertise em IoT e software, foi selecionada e recebeu aporte financeiro, treinamento, mentoria e foi uma das escolhidas para uma imersão de duas semanas na Coreia do Sul ao final do programa. Lá, os empresários conversaram com investidores e visitaram clubes profissionais e escolinhas de futebol a fim de entender o mercado asiático. A partir disso, a Joga passou a expandir sua marca para o exterior e já possui uma versão em inglês do seu aplicativo para iOS e Android. 

Além da expansão da marca, o programa da Samsung auxiliou também no desenvolvimento do primeiro produto focado em clubes profissionais, fornecendo a tecnologia wearable. Essa facilidade acabou por tornar o produto mais acessível financeiramente aos clubes brasileiros de séries B e C, que não poderiam adquirir a tecnologia dos concorrentes. O produto da Joga custa cerca de 3 vezes menos do que os similares disponíveis no mercado. E foi assim que a startup conquistou seu primeiro cliente profissional, o Guarani. 

Os clubes profissionais utilizam o wearable no dia a dia pela praticidade, com o objetivo de definir a carga de treino ideal para os  jogadores e fazer ajustes em campo. Como o dispositivo pode ser removido da pulseira, ele é utilizado com o colete durante os jogos, de acordo com um padrão autorizado pela FIFA. Por ser uma empresa brasileira, a Joga consegue oferecer um atendimento mais próximo e personalizado. Uma vantagem para os clubes nacionais. O CEO explica: “nós conseguimos ajudar os times no processo de capacitação dos profissionais dos clubes para análise de dados e atenção às métricas. Além disso, oferecemos um grau de customização avançado, no qual  podemos integrar ao sistema perguntas para os jogadores e agregar outras informações extra-jogo ou extra-treino que contribuem para a análise da performance dos atletas.”

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