Somar mais de 100 empresas graduadas em 33 anos de história é apenas um dos números da incubadora CELTA, em Florianópolis. Com faturamento das graduadas em torno de R$ 14 bilhões e das incubadas somando R$ 50 milhões, não é à toa que grandes empresas como a Soprano decidiram se instalar na incubadora da Fundação CERTI. “Dentro do CELTA criamos esse ecossistema não apenas com startups, mas também laboratórios de P&D de grandes empresas e escritórios regionais como o da EMBRAER. Essas entidades vêm a Florianópolis buscar maior contato com tecnologia e inovação”, diz o diretor do CELTA, Tony Chierighini.
A diversidade de empreendimentos alocados no CELTA não se restringe às empresas. O ambiente conta com a presença da aceleradora Endeavor, do fundo de capital de risco CVentures e um escritório regional sul da FINEP, que apoia o financiamento das startups. “O CELTA passa a ser um hub de conexões com startups, investidores e até mesmo SEBRAE e FIESC. Uma grande empresa, quando se instala aqui, se beneficia desta estrutura e vê o CELTA como ligação nessa tríplice com a indústria”, comenta o diretor. Lá dentro também são oferecidos serviços como assessoria jurídica e assessoria contábil com especialidade em empresas de base tecnológica, além de banco, cooperativa de crédito e restaurante.
Como fazer parte deste ecossistema?
O ecossistema de inovação de Florianópolis já é um forte ponto de atração, pelas várias empresas de tecnologia, universidades com laboratórios fortes e mão de obra qualificada. De acordo com levantamento da ACATE, é o 2° polo do país com maior densidade de startups por habitante, com 4,9 empresas por mil habitantes – perde apenas para São Paulo, que possui 5,4 empresas por mil habitantes. Com a finalidade de fortalecer cada vez mais esse segmento e de incentivar parcerias de grandes empresas com startups, a Fundação CERTI criou o Invent. Além de oferecer consultoria de base para impulsionar o processo de inovação corporativa, o programa cria uma ponte entre essas empresas e as incubadas do CELTA. As trocas através de workshops, hackathons e matchmakings são uma oportunidade não apenas para auxiliar as grandes a desenvolverem competências e potenciais produtos, mas também de crescimento para quem está começando no mercado.
Para uma startup se instalar no CELTA, o pré-requisito é ser uma empresa de base tecnológica, da área de eletrônica, mecânica, TIC, nanotecnologia ou eletroeletrônica. A empresa precisa apresentar um plano de negócios, que é avaliado sob três aspectos: produto, mercado e recursos. A partir da avaliação, a empresa se instala na incubadora, que passa a analisar seu crescimento e oferecer suporte até depois da graduação. “O nosso diferencial é o acompanhamento e o tempo de incubação, de 1 a 5 anos dependendo do mercado, além do auxílio de se instalar em um local com a estrutura semelhante à do CELTA após a graduação. Temos essa preocupação de que a empresa saia de um ambiente com essa sinergia de ecossistema e vá para um local onde não tem contato com outras empresas”, diz o diretor. Alguns exemplos de locais em que as startups graduadas podem ter essa proximidade com outras empresas são o Parque Tecnológico Alfa, o Sapiens Parque e o TecnoPark, em Palhoça. As graduadas continuam tendo contato com o CELTA por meio de mentorias, consultorias e na constante troca com as incubadas, em meetups para falarem de suas experiências, de tecnologia, gestão e recursos humanos.
O desenvolvimento de tecnologias de ponta pela CERTI e a possibilidade dessas novas empresas atuarem em conjunto com a instituição fazem com que o CELTA atue como uma vitrine para as incubadas ou para já graduadas. O diretor destaca que a área comercial da CERTI, além de oferecer seus próprios produtos, vende também os serviços e produtos dessas empresas recém-criadas, levando mais tecnologia e disrupturas para os seus clientes. “Ela leva junto consigo os nomes dessas startups, acelerando seu processo comercial, como também trazendo visitantes dessas grandes empresas à incubadora para fazerem negócios. De outro modo seria difícil para essas pequenas empresas desenvolverem projetos com gigantes como a Siemens e a Petrobras”, conclui.