A abertura do mercado de energia brasileiro para novos perfis de consumidores têm impulsionado a entrada de novos agentes e a demanda por novas soluções. Com mais pessoas e empresas migrando para esse mercado, é preciso contar com processos mais facilitados e transparentes.
A seguir, entenda mais sobre o papel do comercializador varejista de energia, as ferramentas utilizadas para otimizar a gestão da energia e como as plantas virtuais podem ajudar.
Com a abertura do mercado de energia no Brasil, novos players começam a surgir no mercado e, entre eles, está o comercializador varejista. Essas empresas representam os consumidores e geradores que decidem migrar para o mercado livre de energia.
Importante notar que, para entrar no chamado Mercado Livre de Energia existem dois caminhos: associar-se à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ou contratar um comercializador varejista.
Embora a figura do comercializador varejista de energia tenha sido criada ainda em 2013, sua importância cresce à medida que abre-se a possibilidade para que mais pessoas e empresas migram para o ambiente de contratação livre (ACL).
Vale destacar que a legislação prevê uma abrangência cada vez maior e espera-se que até 2024 atinja clientes residenciais. Com isso, teremos uma explosão no número de consumidores, criando um mercado mais pulverizado e complexo.
E são justamente essas empresas que vão lidar diretamente com a maior parte desses novos consumidores, que vão entrar nesse mercado em busca de contratos mais vantajosos e tarifas mais atraentes.
Cabe a esses comercializadores auxiliar na migração desses clientes para o ACL e realizar toda a gestão operacional, incluindo medição, pagamento, entre outras atividades.
Sendo assim, o comercializador varejista de energia será uma figura importante para desburocratizar o acesso ao mercado livre e reduzir os riscos financeiros a que esses consumidores estão expostos.
Isso porque seu papel é justamente evitar que o cliente final precise fazer a adesão por conta própria, servindo como elo no mercado e os auxiliando a encontrar a opção mais adequada a seu perfil de consumo.
Essa é uma diferença fundamental para o mercado atacadista de energia, em que o contratante deve, diretamente, associar-se à CCEE e tornar-se um agente. Ou seja, todas as suas obrigações com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica são prestadas diretamente. Ao contrário do que acontece com os varejistas, em que o agente presta conta ao seus clientes. Além disso, há diferenças desde a forma de tributação às possíveis penalidades.
Isso traz uma maior exposição a riscos e, por isso, o mercado atacadista é um modelo mais utilizado por empresas de grande porte, especialmente aquelas com experiência no Mercado Livre de Energia.
Para auxiliar no trabalho de análise e agregação de consumidores, o comercializador varejista de energia pode contar com o auxílio de uma Planta Virtual de Energia (Virtual Power Plant – VPP) comercial.
Trata-se de um software que agrega unidades consumidoras a fim de formar portfólios ótimos, gerenciando os perfis contábeis de modo a assegurar a otimização dos recursos e dos contratos de acordo com o perfil e a necessidade de cada cliente.
Novamente, o objetivo é reduzir custos e a exposição a riscos, além de potencializar novos modelos e oportunidades de negócio no mercado energético brasileiro.
Já utilizado diversos países da Europa, bem como os Estados Unidos e a China, VPPs comerciais auxiliam a tomada de decisão de diversos players do mercado de energia.
O sistema também possibilita a troca de excedentes de energia entre os consumidores da rede e até mesmo a escolha da fonte energética (renovável ou não), tornando o mercado mais aberto, competitivo e sustentável.
Como vimos, VPP é um software de recomendação de contratos de energia, gerenciando o portfólio para os comercializadores. Vamos ver a seguir algumas das possibilidades dessa ferramenta.
Hoje, existem algumas brechas na legislação que permitem que certos consumidores se unam – grandes consumidores – para fazer contratos em conjunto. Isso faz com que eles consigam uma série de vantagens, incluindo melhores taxas, uma vez que estão fazendo um contrato maior.
O que acontece é que, atualmente, no mercado, os contratos que não preveem uma grande volatilidade no consumo, que se mantém mais estáveis ao longo do mês, são denominados “contratos flat” e costumam ser mais baratos.
Assim, quando há consumidores com curvas de carga complementares – enquanto um consome mais, o outro consome menos, por exemplo – eles podem se agregar no mesmo contrato e, assim, reduzir sua exposição ao risco de ter que recorrer ao mercado de curto prazo, que costuma carregar mais incertezas.
A ferramenta VPP usa da ideia de agregação das unidades consumidoras geridas por ela, analisando o consumo de cada uma delas e fazendo recomendações dos contratos mais vantajosos. Com isso, ela se mostra altamente benéfica para essas unidades consumidoras que optam por esse modelo.
Nesse contexto, vale lembrar, ainda, que há dois tipos de energia: a convencional e a incentivada. A energia incentivada é aquela gerada a partir de fontes renováveis, como a fotovoltaica. Atualmente, trata-se de uma energia mais cara do que a convencional.
Ao utilizar a energia incentivada, o consumidor recebe um desconto na tarifa do uso do sistema de distribuição. Esse desconto pode variar de 50% a 100%. A VPP atua também nesse aspecto, indicando qual energia – incentivada ou convencional – vale mais a pena para cada grupo de consumidores.
Por fim, destaca-se que, hoje, na prática, a VPP comercial já é possível na figura do comercializador varejista de energia. Futuramente, porém, o mercado contará com players específicos de agregação, capazes de trazer mais vantagens para os clientes.
Em parceria com a Fundação CERTI, a AES Brasil desenvolveu a primeira Planta Virtual de Energia do Brasil.
O software permite a gestão e a agregação das cargas dos clientes da AES no País, trazendo mais transparência e simplicidade na gestão dos recursos energéticos e para a geração de novas oportunidades.
Isso é possível porque a ferramenta permite acesso em tempo real aos dados sobre consumo, tarifas, preços, entre outros. Como isso, quem está dentro da plataforma conta com mais flexibilidade e informações para fazer as melhores escolhas. O mercado livre de energia tem o potencial para trazer grandes melhorias para pessoas e empresas do País. Para ficar por dentro das novidades do setor, continue acompanhando o blog da Certi!