Crescimento está relacionado à digitalização da construção civil durante a pandemia
Com o avanço da pandemia da covid-19 em 2020, muitos setores da economia precisaram acelerar o processo de digitalização para continuarem competitivos no mercado. Esse foi o caso do segmento da construção civil. Tradicionalmente off line, o setor passou a olhar com mais atenção para a jornada do cliente, trazendo ferramentas tecnológicas para dar o suporte necessário durante o processo de compra e, principalmente, no pós-venda dos seus empreendimentos. Atentos às necessidades desse mercado, a construtech catarinense Predialize investiu no desenvolvimento de soluções que melhoram a experiência do pós-venda, reduzindo os custos e facilitando o relacionamento das construtoras com os usuários.
Dentre as ferramentas desenvolvidas, três estão relacionadas a produtos SaaS (Software as a Service). A primeira é um sistema que auxilia nos chamados para serviços de assistência técnica, a segunda é um aplicativo onde o cliente pode acompanhar todo o desenvolvimento da obra e a última é um aplicativo que a construtora entrega aos condomínios para acompanhamento das manutenções preventivas durante o período de garantia da construção, que em média dura cinco anos.
Além dessas soluções, a startup desenvolve data books, ou seja, elabora os manuais dos proprietários e dos condomínios, e também ferramentas de as built (termo em inglês conhecido do setor de construção, pode ser traduzido ‘como construído’) para facilitar o entendimento dos projetos técnicos ao usuário final.
Todo esse cenário possibilitou que a Predialize crescesse sete vezes mais em 2021, em comparação com 2020, totalizando um crescimento de 720% com um faturamento de R$ 1 milhão. O aumento também se deu na base de clientes da empresa, que saltou de 12 para 71, e no número de colaboradores, que foi de 11 para 35 no último ano.
“Agora iniciamos uma rodada de pré-seed (primeira rodada de investimentos com capital privado para fase inicial de uma startup) e estamos otimistas devido aos bons números e um crescimento acentuado. Isso comprova que realmente resolvemos uma dor do mercado”, adianta Jean Ricardo Sacenti, CEO e co-founder da Predialize.
Esses resultados trazem segurança para que a empresa continue crescendo, com o objetivo de nos próximos dois anos se tornar autoridade e referência no Brasil. Hoje, a startup tem na sua base de clientes construtoras de médio e grande porte como HTB, Cyrela, Plano&plano, ForCasa, Gafisa e muito mais. A médio prazo, a intenção é conquistar países da América Latina, uma vez que as dores do mercado são semelhantes.
No ano passado, a empresa entrou para o TOP 10 Construtechs no Ranking 100 Open Startups 2021, sendo eleita a 6ª melhor do país. Desde 2016, o ranking é divulgado anualmente trazendo os principais nomes de empresas com fomento à economia e inovação. Porém as conquistas não param por aí. A Predialize foi beneficiada com uma bolsa de fomento da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) de R$50 mil para transformar o manual interativo da empresa em cognitivo, a partir da aplicação de inteligência artificial. “Nós teremos a nossa Alexa da construção civil, que será a Lizzie. Ela poderá ajudar qualquer pessoa a tirar dúvidas sobre a garantia do imóvel ou sobre um componente utilizado na obra, por exemplo”, pontua Sacenti.
Além disso, receberam um incentivo fiscal da prefeitura de Florianópolis no valor de R$ 166 mil, no qual tem direito de captar com alguns parceiros e contribuintes até 20% do ISS ou do IPTU. “Essa é uma forma dos impostos chegarem a uma empresa que vai fomentar novos empregos, o mercado e gerar novos impostos. Ou seja, vai fortalecer todo o ecossistema”, esclarece Sacenti.
Para conquistar esses resultados, estar incubado dentro da Incubadora CELTA, principal núcleo de desenvolvimento e suporte para empresas de tecnologias de Florianópolis (SC), fez toda a diferença. A partir das conexões estratégicas proporcionadas pelo ecossistema de inovação, a Predialize firmou parcerias, além de estruturar o escritório e retornar a sede, por meio do modelo híbrido.