Ferramentas de análise de dados, inteligência artificial, aprendizado de máquina, Internet das Coisas e modelos tridimensionais são ferramentas já utilizadas em muitos segmentos da economia e que começam a ganhar espaço também no setor elétrico, modernizando-o e gerando benefícios a todos os grupos de interesse.
Neste post, veja como se dá e quais os benefícios da digitalização do sistema de distribuição de energia elétrica e quais são as principais inovações que estão transformando o setor. Acompanhe!
Digitalização do sistema de distribuição de energia elétrica
Atualmente, o sistema de distribuição de energia elétrica é altamente pautado em equipamentos de rede. Esses ativos servem apenas ao sistema elétrico, ou seja, cabos, transformadores, chaves, disjuntores etc.
A digitalização do sistema permitirá que, no futuro, boa parte dos equipamentos e informações passem a ser utilizados não apenas pela empresa de energia elétrica, mas também por concessionárias de outros serviços, como empresas de gás, água, telecom e as próprias prefeituras.
Os dados coletados da rede poderão ser compartilhados com universidades, centros de pesquisa e startups, promovendo novas soluções e gerando novas oportunidades de negócios. Além disso, a partir do cruzamento de dados de energia com as informações de outros sistemas, será possível trazer mais efetividade, qualidade e segurança para os serviços prestados à população.
Mas como isso funciona na prática?
Com a digitalização do sistema de distribuição de energia elétrica, os ativos do sistema – máquinas e equipamentos – ganharão um novo papel, coletando informações em tempo real e compartilhando-as em bancos de dados.
O objetivo não é outro senão utilizar essas informações para gerar conhecimento e prestar melhores serviços para a cidade. Ademais, os dados reunidos e compartilhados pelas máquinas e equipamentos otimizam o controle do sistema pela empresas de energia, aumentando sua capacidade de prever eventos e facilitando a melhoria das estruturas e serviços.
Um exemplo simples: com a digitalização do sistema, um poste de luz deixará de ser apenas um poste; essa estrutura será capaz de coletar dados por meio de sensores, mapear as ruas por meio de câmeras, identificar a demanda de energia e seus picos, e até mesmo medir temperatura, umidade e níveis de poluição do ar.
Assim, todas essas informações podem ser utilizadas não apenas em benefício da empresa de energia, mas das empresas e das pessoas da comunidade, além, é claro, do poder público.
4 inovações que estão transformando a distribuição de energia elétrica
Conheça algumas das tecnologias que ajudam a promover a digitalização do sistema de distribuição de energia elétrica:
Gêmeos digitais
São representações virtuais de componentes ou máquinas do sistema, ou seja, representam objetos físicos ou processos reais. O objetivo dos gêmeos digitais é permitir o acompanhamento e otimização desses ativos por meio de simulações e previsões, sobretudo em sistemas críticos e operações complexas que não permitem lapsos em seu funcionamento.
Para isso, são utilizados sensores inteligentes, que conectam os componentes à rede e fornecem dados em tempo real. Dessa forma, os gêmeos virtuais funcionam em paralelo a seus correspondentes no ambiente físico. Com o uso de inteligência artificial, os dados gerados possibilitam a aplicação de técnicas de data analytics e contribuem para a tomada de decisões.
Georadares
Radares de georreferenciamento que escaneiam o subsolo. São utilizados para a atualização de projetos, mapeando toda a área em que será feita uma escavação. Também são capazes de detectar transgressões, comunicando as ocorrências aos concessionários de água, gás, esgoto e as autoridades públicas.
Os georadores trazem vantagens como: maior precisão para escavação, indicação do maquinário mais adequado para o serviço, permitindo a realização mais rápida e sem riscos de atingir redes de terceiros, e também o compartilhamento dos custos de enterramento.
Imagens em alta resolução
Base das duas tecnologias anteriormente citadas, o processo de escaneamento captura imagens em alta definição e termográficas dos ativos elétricos e seus arredores. Essas imagens são transformadas em modelos 3D da rede, que permitem a medição precisa e remota tanto das redes aérea e subterrânea quanto do ambiente que as cerca.
Com aplicação de IA, é possível ter uma visão global da rede em tempo real, possibilitando a visualização antecipada de anomalias no sistema e a atuação preventiva das equipes.
Realidade virtual e aumentada
São utilizadas nos treinamentos da nova força de trabalho, trazendo muito mais segurança para os profissionais e possibilitando uma melhor capacitação e um acompanhamento muito mais preciso do trabalhador.
A realidade virtual utiliza fotografias, vídeos e 3D para realizar os treinamentos, fazendo uso de sensores para monitorar o comportamento dos profissionais. Esses dados ajudam a definir quem está apto a fazer um serviço de risco, ajudando a reduzir acidentes.
Já a realidade aumentada permite o acompanhamento simultâneo e remoto do que a pessoa está vendo com os óculos. Assim, um assistente mais experiente consegue acessar os dados e ver os vídeos dos processos realizados, orientando as ações à distância.
Com o apoio dessas tecnologias, a digitalização da distribuição de energia elétrica já começa a ganhar espaço no Brasil e no mundo, inovando na oferta de serviços urbanos e possibilitando o desenvolvimento sustentável das cidades.
Para saber mais sobre o assunto, continue acompanhando nossos textos no blog da CERTIi e, em caso de dúvida, entre em contato conosco.
