O governo brasileiro parece estar convencido de que investir em IoT é um dos caminhos para alavancar a economia. Tanto que, até o fim do ano, deve ser lançado o decreto presidencial que cria o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT). Para nortear essa decisão, foi encomendado um estudo chamado “Internet das coisas: um plano de ação para o Brasil”. O estudo ocorreu ao longo de todo o ano de 2017 e foi concluído no mês de setembro após três fases: Diagnóstico Geral e aspiração para o Brasil; Seleção de verticais, horizontais e aprofundamento; e Elaboração de plano de ação (2017 – 2022).
Segundo dados divulgados nos relatórios do estudo, as ações governamentais de fomento à IoT terão como foco principalmente quatro áreas: cidades, saúde, rural e indústria (tanto manufatura, quanto indústria de base). A partir desse mapeamento, também foram definidas quatro verticais que abordam obstáculos presentes em mais de uma (quando não todas) as áreas priorizadas:
Capital humano: diz respeito à capacitação da mão de obra, formação básica, técnica e superior para atuar nos mais diversos ramos de IoT. Tem como objetivo ampliar a força de trabalho, despertar o interesse dos jovens, fortalecer corpo de P&D e engenharia para IoT em classe mundial e promover a capacitação de gestores públicos para IoT.
Inovação e inserção internacional: melhorar as condições para inovação, como a promoção de fontes de financiamento e estímulo à internacionalização de soluções brasileiras de IoT. Busca também estimular a experimentação, cooperação e disseminação de modelos de negócio bem sucedidos.
Regulatório, segurança e privacidade: sabemos que, por ser uma realidade nova, ainda há muitas pendências relacionadas à legislação para esse tipo de serviço. Por esse motivo, esse tópico tem como objetivo identificar as lacunas nas questões regulatórias (incluindo fiscais e tributárias). Também há grandes desafios em questões de privacidade e segurança para IoT.
Infraestrutura de Conectividade e Interoperabilidade: quer identificar a estrutura de telecomunicações existente para viabilização da IoT e as soluções com potencial para atender à demanda. Surge da necessidade de articular o tema IoT em políticas públicas de ampliação de soluções e infraestrutura para conectividade.
A partir disso, foram identificadas e selecionadas iniciativas que basearam as horizontais de estudo. Sendo assim, foi possível mapear e planejar ações que serão a base para todas as iniciativas que ocorrerão nos próximos anos em relação à IoT. Mas o que acontece agora? O que sua empresa tem a ver com isso?
O que acontece com a IoT a partir de agora?
Segundo informações divulgadas nesta reportagem no portal do jornal Valor Econômico, o estudo ainda é apenas o primeiro passo. Ainda faltam definir várias questões cruciais como orçamento e priorização dentre as 76 proposições que vão guiar as políticas públicas e ações para IoT entre 2018 e 2022. No entanto, não há dúvidas de que há uma importante oportunidade para as empresas brasileiras de alavancar o crescimento econômico através do desenvolvimento de novas tecnologias.
Expectativas para o impacto de IoT
Os dados do estudo revelam que o impacto gerado pela IoT até 2025 será maior do que o causado pela robótica avançada, tecnologias cloud e até mesmo do que a internet móvel. Espera-se que o impacto no Brasil seja de US$ 50 a 200 bilhões por ano, o que representa cerca de 10% do PIB do nosso país. A reportagem do Valor destaca que “o Brasil já lidera o desenvolvimento de aplicações de IoT no agronegócio, e sua utilização pode elevar a produção agrícola em 49 milhões de toneladas até 2020, utilizando sensoriamento de lavouras e rebanhos.” Há impactos também na indústria, que deve aumentar 40% da produtividade e reduzir 20% o número de acidentes. Na saúde, a estimativa é de que haja redução de 30% das crises graves provocadas por doenças crônicas, como diabetes e enfermidades respiratórias.
Esses são apenas alguns exemplos de como a IoT pode impactar o dia a dia das pessoas e gerar toda uma rede de novos produtos e serviços em torno da tecnologia. Vendo dessa forma, fica fácil enxergar que haverá uma série de oportunidades para empresas consolidadas ou mesmo startups que desejem desenvolver iniciativas no setor.
Por onde começar?
A visão de que a IoT vai mudar a forma com que as pessoas e empresas se relacionam com o mundo não é nova. Porém, ver iniciativas governamentais que incentivem o desenvolvimento de produtos e serviços para esse fim é algo que precisa ser levado em conta. Se sua empresa pretende desenvolver produtos para esse mercado, ótimo. Haverá demanda para produtos que vão desde o software necessário para operar o produto, passando pelo hardware e vai até a criação de acessórios ou tecidos que permitam a maior usabilidade dos produtos. Caso você esteja interessado em começar a desenvolver produtos focados em IoT, fique atento à três pontos:
Linhas de crédito
Elas estarão cada vez mais voltadas para o setor e a tendência é que as vantagens sejam cada vez maiores. A partir da aprovação do plano do governo federal, é muito provável que aumente a oferta para linhas de crédito, com condições melhores do que as existentes. Iniciativas desse tipo, que tem como meta o desenvolvimento nacional, querem principalmente incentivar empresas nacionais em todas as etapas. Por isso, quanto mais nacional for o produto, mais incentivos ele tende a ganhar.
Mão de obra
Ela deverá ser cada vez mais especializada, capacitada desde a educação de base para lidar com as demandas. Porém, como os incentivos começaram há pouco tempo, será preciso treinar a mão de obra existente. Se sua empresa pretende entrar no mercado de IoT é interessante promover iniciativas de capacitação e engajar os trabalhadores para que entendam melhor sobre a tecnologia. Só assim será possível operar as transformações de forma sólida e duradoura.
Mercado consumidor
Não são só as empresas que precisarão se adaptar ao IoT, o mercado também deve levar um tempo para absorver todas as novidades. As transformações que estão por vir são tão profundas que pode levar algum tempo até as pessoas se acostumarem. Porém, o caminho que levará a um mundo onde pessoas e máquinas se comunicam de forma quase orgânica é sem volta. Por isso, promover iniciativas educacionais que mostrem as vantagens das soluções que estão surgindo também são bem-vindas.
Como minha empresa precisa se preparar?
Além das empresas que irão desenvolver soluções para IoT, haverá também um impacto importante e definitivo em organizações de todos os setores. Desde a indústria até os setores de serviços serão impactados pelas transformações proporcionadas pela IoT. Especialmente se sua empresa lida com processos de base tecnológica, o passo inicial é organizar a casa. Segundo esse artigo publicado no portal Computer World, muitas empresas começam a pensar em IoT sem sequer terem organizado de forma satisfatória seus processos de TI. Também falamos sobre isso aqui no nosso blog quando o assunto foi indústria 4.0. Destacamos a necessidade de dar um salto no desenvolvimento de projetos em prol da tecnologia para que possamos alcançar países que já lidam com ela de forma efetiva há alguns anos.
Sendo assim, pesquise sobre formas de inserir sua empresa nesse novo mercado e o que é preciso fazer para adaptar-se à nova realidade. Priorize iniciativas nacionais e aposte em produtos inovadores e com grande potencial. O momento é de uma virada de mesa e quem fizer as melhores apostas sai na frente. A CERTI lançou uma campanha de crowdfunding pra divulgar a CERTINIO, plataforma IoT open software e open hardware brasileira. O intuito é promover o desenvolvimento tecnológico brasileiro. Aproveite esta oportunidade.
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