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Redes subterrâneas de energia elétrica: conversão eficiente e sustentável

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O enterramento de cabos de distribuição de energia vem ganhando espaço nos grandes centros urbanos. Isso porque as redes subterrâneas de energia elétrica possuem maior confiabilidade e geram maior segurança aos consumidores, além de evitar a exposição de cabos elétricos às intempéries.

Da forma que é feito hoje, porém, esse processo causa uma série de impactos negativos para as pessoas, para o trânsito e para o meio ambiente. Assim, novas tecnologias vêm sendo implementadas pelo setor elétrico para trazer mais eficiência e sustentabilidade a esse serviço.

Neste post, entenda os benefícios e os desafios das redes subterrâneas de energia elétrica e conheça as tecnologias e inovações para uma conversão rápida, eficiente e sustentável. Acompanhe!

Redes subterrâneas de energia elétrica

Forte tendência em todo o mundo, o enterramento das redes de energia elétrica tem como objetivo gerar impactos positivos no uso do espaço público e na estética do meio urbano, além de contribuir para a segurança dos cidadãos.

A rede aérea é extremamente suscetível a descargas elétricas naturais e a acidentes como queda de árvores e a colisão de veículos. Por estar exposta sobre o calçamento, isso pode colocar pessoas e bens em risco, além de atrapalhar a circulação e comprometer a estética das cidades.

Já implantada em diversos países, as redes subterrâneas de energia elétrica têm ganhado força também no Brasil, embora com iniciativas ainda isoladas. Tal ação tem como padrão a instalação de cabos de baixa tensão nas calçadas e dos cabos de média tensão nas vias de rolamento.

No entanto, isso gera um elevado número de interferências e um alto custo de manutenção e operação, bem como possíveis impactos negativos no meio ambiente e no trânsito. Isso faz com que nem sempre esse processo seja viável, sobretudo em grandes centros urbanos.

Assim, tecnologias e inovações têm surgido de forma a resolver essas questões e possibilitar que novas redes subterrâneas de energia elétrica sejam instaladas de forma mais eficiente e sustentável.

Benefícios das redes subterrâneas

Com a ampliação da demanda por energia, especialmente nas grandes cidades, a conversão de redes aéreas em subterrâneas tem se tornado, mais do que uma tendência, uma necessidade. Afinal, a estrutura sustentada por postes possui uma clara limitação.

De fato, as redes subterrâneas de energia elétrica trazem diversos benefícios tanto para as concessionárias quanto para a população como um todo, como a proteção contra tempestades e outros fenômenos naturais, uma vez que os equipamentos ficam abaixo do solo.

Aliadas às vantagens na parte funcional da rede temos os ganhos relacionados à revitalização e à estética urbana. Isso porque o enterramento de rede permite abertura de espaço físico com a retirada de postes, o que facilita a mobilidade, aumenta a segurança nas calçadas e, inclusive, melhora a acessibilidade.

Nesse mesmo sentido, a retirada da fiação aérea e a redução da poluição visual nos grandes centros urbanos, ajudando a preservar e a plantar mais árvores no local, fator fundamental para melhoria da qualidade do ar e redução das chamadas “ilhas de calor”.

Leia mais: Digitalização da rede elétrica: o futuro dos sistemas de energia nas grandes cidades

Desafios dos projetos de conversão

O processo de conversão para redes subterrâneas de energia elétrica impõem às empresas distribuidoras um alto investimento inicial, além de apresentar diversos impactos na sua implantação, podendo causar alterações na paisagem e modificações nas características do subsolo.

Por certo, da maneira que é feita hoje, a alocação dos dutos possui riscos consideráveis, como a necessidade de escavações em grandes trechos de solo e os altos custos de operações e manutenções envolvidos, além da vulnerabilidade da rede a interferências externas.

Outro desafio que não pode ser ignorado diz respeito aos impactos das obras de enterramento no trânsito, tanto de pedestres quanto de veículos. Além dos serviços para a retirada dos postes das calçadas, esse processo envolve a colocação das linhas de baixa tensão sob as vias peatonais e a escavação do asfalto para instalação das linhas de média tensão.

Com isso, a conversão para redes subterrâneas de energia elétrica podem gerar impactos importantes, mesmo que temporários, na mobilidade e acessibilidade do meio público.

Por fim, há ainda a questão do congestionamento do subsolo, uma vez que tem-se no mesmo espaço obras relativas a diferentes equipamentos, como energia elétrica, iluminação pública, esgoto, água, cabos de fibra ótica, gasodutos, telefonia, entre outros. E isso pode acarretar em interferências e conflitos durante o andamento das instalações e, em alguns casos, causar acidentes graves.

Leia mais: Tecnologias para automação do sistema de distribuição de energia elétrica

Tecnologias e inovações para conversão rápida, eficiente e sustentável

Mapa do subsolo

Trata-se de um equipamento eletrônico com capacidade de investigar a localização de tubulações metálicas, não-metálicas e estruturas geológicas por meio de ondas eletromagnéticas geradas por um georadar (GPR).

Essa tecnologia facilita a coleta de informações sobre redes subterrâneas, contribuindo para a redução de problemas, como danos a outras estruturas de água ou gás, por exemplo. 

Assim, há uma redução do tempo de execução das atividades e um aumento da produtividade dos serviços realizados em campo.

Escavação por perfuração

O método tradicional de escavação provoca grandes modificações na superfície e no subsolo, alterando sua paisagem e podendo causar transtornos diretos à população. O levantamento de poeira e materiais causados por essas perfurações podem contribuir para a alteração da condição do ar e trazer prejuízos à saúde humana.

Chamado de Método Não Destrutivo (MND), esse processo consiste na perfuração sem a necessidade de escavação a céu aberto. Isto é, não há retirada de terra ou abertura de valas. Com isso, gera-se menos transtornos tanto para a população quanto para o meio ambiente ao redor.

Caixas transformadoras e poços de inspeção

As caixas transformadoras (CTs) também são focos de inovação. Novos modelos propõem a instalação de CTs no nível do solo, de forma a facilitar processos operacionais e reduzir a exposição das pessoas aos cabos de média tensão. 

A solução é uma estrutura pré-moldada de concreto armado, composta por quatro faces, laje e tampa com aro de ferro fundido.

Por sua vez, propõe-se também a redução das dimensões internas dos poços de inspeção, de modo a permitir uma maior visualização do interior do poço e uma entrada de cabos com sistema de vedação.

Poço de inspeção polímérico

Uma das maiores inovações é o poço de inspeção polimérico. Trata-se de uma estrutura modular em blocos, feita de um material mais leve e barato (tal qual um plástico de altíssima resistência), sem alterações no design e na segurança. Esses poços podem ser encaixados uns aos outros, como se fossem peças de Lego. 

Valas compartilhadas

Como vimos, no modelo atual, as redes de baixa e média tensão são instaladas em valas separadas sob as calçadas e sob as vias de rolamento. O novo método de compartilhamento de valas é adequado para instalação de cabos no subsolo de grandes áreas urbanas, integrando os circuitos de baixa tensão aos de média tensão em uma única vala sob as vias de rolamento.

A implantação das valas compartilhadas pode ajudar a reduzir as interferências nas redes subterrâneas de energia elétrica, uma vez que, como o novo formato de alocação possui apenas uma vala, a área de escavações se torna menor. Com isso, reduz-se também as chances de danos a redes de terceiros.

Leia mais: As inovações que estão transformando a distribuição de energia elétrica

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