Construir e manter uma rede organizacional nos tempos de transformação digital e indústria 4.0 é uma tarefa bastante complexa, porém necessária. As inovações tecnológicas, principalmente aplicadas à área organizacional, têm possibilitado interações mais fortes e dinâmicas das cadeias de valor. Tal conexão tem proporcionado novas oportunidades para reduzir barreiras e alavancar negócios.
À medida que as novas tecnologias são inseridas no mercado, abrem-se novas lacunas para a remodelagem de negócios, seja por meio da inserção de novos produtos e processos ou de parcerias e estratégias atualizadas.
Tais inovações incrementam e transformam a maneira como as organizações e instituições fazem negócios, operam, afetam a sociedade e deixam sua marca no meio ambiente.
A sociedade vai se tornar cada vez mais conectada em redes, com transformações sociais por meio da interação entre máquinas, internet das coisas (IoT) e seres humanos de forma altamente complexa.
Nesta sociedade plenamente conectada, troca-se o conceito EGO, em que as organizações são voltadas para si e diretamente para os seus stakeholders, por um conceito ECO, com foco no ecossistema de inovação e empreendedorismo e na busca de uma evolução social atrelada. Esse conceito apresenta uma visão de que a governança deve ter ações com base na consciência coletiva. O ecossistema, assim, torna-se mais fluido e alinhado.
Neste post, entenda melhor o papel da organização 4.0 para a implementação da manufatura avançada no agronegócio e as possibilidades que a rastreabilidade na cadeia do gado de corte pode trazer para o setor. Acompanhe!
Manufatura Avançada para o Agronegócio
Para chegar ao nível de total integração proposto pela indústria 4.0, é necessário uma organização correspondente, ubíqua, sinérgica – e enérgica – em todos os setores e segmentos. Como um primeiro impulso desse movimento de transformação, foi desenvolvido o projeto RAMA – Rede de Manufatura Avançada para o Agronegócio.
Mais que um simples aglomerado de entidades, a RAMA buscou ser uma organização impulsionadora, atuando como um elo entre gestores e equipes de diferentes áreas e setores, garantindo a sinergia necessária para alinhar os atores e suas identidades, direcionando esforços e grupos.
Criada com o apoio do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e coordenada pela Fundação CERTI, o projeto RAMA nasceu com a missão de promover o aumento da competitividade e a redução de custos na cadeia do gado de corte a partir de ações colaborativas com base na transformação digital.
Trata-se, portanto, de atuar de maneira integradora na cadeia, sendo capaz de traduzir as percepções de valor de cada membro do ecossistema. Dessa forma, permite uma atuação focada das empresas, consumidores e governo, considerando as demandas de todos em um conceito de ecossistema.
Esse ambiente de interação trouxe oportunidades diretas para o fortalecimento dos canais de negociação, viabilizando projetos a partir de múltiplas fontes de financiamento, estimulando o compartilhamento de ações e experiências entre empresas, governos e institutos.
Transformação digital para integração da cadeia
Para que o objetivo do projeto fosse cumprido, no entanto, as ferramentas e modelos da transformação digital deveriam apoiar o ganho de produtividade, a criação de bases de dados de opiniões, rastreabilidade, conexões entre agentes, análises estatísticas para embasamento de regulamentos e decisões, entre outras ações.
Nesse sentido, as tecnologias habilitadoras da manufatura avançada desempenham um importante papel como integradoras dos agentes da cadeia – esse é o grande objetivo. Afinal, quando falamos em indústria 4.0, estamos falando de integração das cadeias de valor, considerando as tecnologias que possibilitam que isso seja possível.
É necessário integrar a cadeia, criando um conceito de competitividade sistêmica e impacto nacional. Além das inovações tecnológicas, deve-se buscar o desenvolvimento de novos modelos de negócio, a integração da cadeia de produção e a aproximação do consumidor com cada um dos seus elos.
E é com essa finalidade que a RAMA propôs a entrega do modelo e plano de negócios, além de negociações e perspectivas de avanço em outros setores do agronegócio brasileiro, buscando compartilhamento de entendimentos e soluções.
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Rastreabilidade na cadeia do gado de corte
A rastreabilidade dos dados da cadeia do gado de corte possibilita a geração de valor e traz benefícios para todos os seus elos: produção, processamento, distribuição, comercialização e consumo.
As tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 trazem mais segurança a cada etapa do processo e com cada um dos elos. Inovações como sensores inteligentes, internet das coisas, geolocalização, Big Data, computação em nuvem e inteligência artificial possibilitam uma maior integração, gerando sustentabilidade de conexão na rede e gerando mais valor em todas as etapas.
Aplicadas ao campo, essas tecnologias trazem benefícios a todos os elos. Para o produtor, que passa a contar com dados concretos para tomar melhores decisões e estimar a demanda; para o processador (frigoríficos), que podem monitorar informações físicas e sobre a qualidade dos animais; e também para os elos restantes, que podem avaliar dados do produto em qualquer um dos pontos da cadeia, verificando se tudo estava conforme a legislação e as declarações de qualidade.
Importante notar que esse fluxo de informações também percorre o caminho inverso, isto é, a integração e a possibilidade de interação do consumidor com os demais elos da cadeia permitem aos elos iniciais conhecer melhor os hábitos de consumo e as necessidades dos clientes, além da identificação de tendências.
Por tudo isso, a coleta e manutenção de dados se traduz em valor para toda a cadeia do gado de corte. Para o cliente final, significa contar com informações precisas sobre o produto, como as condições em que foi produzido, armazenado e transportado, por exemplo. E isso é fundamental para um consumidor que está cada vez mais exigente e atento a questões ambientais, de bem-estar animal e regulatórias.
Já na outra ponta, os demais elos da cadeia do gado de corte podem, a partir dessa interação maior com o consumidor, analisar a demanda, descobrir as características mais apreciadas e desenvolver novas formas para agregar valor ao produto.
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Como vimos, a RAMA tratou de integrar a cadeia produtiva, considerando as necessidades de cada elo. Por conta disso, o mesmo modelo aplicado na cadeia de gado de corte pode ser replicado em outros segmentos do agronegócio, com as mesmas possibilidades e benefícios em cada uma das etapas.
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