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API Economy: aplicações no compartilhamento de dados das redes de distribuição de energia

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Diante dos desafios da economia digital de hoje, o setor elétrico tem passado por transformações para se adaptar às demandas do mercado e da sociedade. Nesse sentido, a chamada API Economy é um importante passo para possibilitar a adoção de novas tecnologias, a melhoria dos serviços e a otimização dos recursos.

Neste post, veja o que é API Economy, seus impactos, suas vantagens, a importância do compartilhamento de dados nas redes de distribuição de energia elétrica e suas aplicações. Acompanhe!

API Economy: o que é e quais os impactos

API Economy se refere a um conjunto de práticas e modelos de negócio que se baseiam no uso de interfaces de programação de aplicativos (do inglês, Application Programming Interface – API).

Esses recursos permitem integrar sistemas e conectar aplicações por meio de padrões e protocolos, possibilitando a comunicação entre diferentes linguagens de programação. Assim, é possível que aplicativos diferentes “conversem” uns com os outros sem a necessidade de intervenção humana para garantir essa integração.

As APIs garantem que os dados extraídos de um aplicativo sejam passados para outro com precisão e segurança, reduzindo a ocorrência de falhas e otimizando o tempo, os recursos e os esforços das empresas ao possibilitar a automatização de atividades.

Por meio do compartilhamento de informações, as organizações podem criar novas aplicações e sistemas capazes de se comunicar com outras plataformas. Com isso, as APIs podem ser utilizadas para permitir que outras empresas criem produtos e funcionalidades associadas, que ajudem a melhorar serviços e a facilitar sua adequação às transformações digitais do mercado.

O objetivo da API Economy é facilitar a criação de aplicativos focados no usuário e que melhorem o rendimento da força de trabalho, o que permite às organizações otimizar seus processos e participar de ecossistemas de negócios antes inacessíveis.

No setor elétrico, por exemplo, essa iniciativa visa à construção de um ambiente de compartilhamento de dados – e de infraestrutura – entre as concessionárias de energia elétrica e outras empresas de serviços de utilidade pública, como água, esgoto, gás e telecomunicações.

Essas informações podem, então, ser partilhadas com o governo, a iniciativa privada e instituições para fomentar o desenvolvimento de novas soluções e serviços que atendam melhor às pessoas.

Leia mais: Como dados digitalizados de infraestrutura colaboram para criar serviços urbanos inteligentes

Vantagens da API Economy

A principal vantagem da API Economy é a promoção do uso e do acesso a APIs. Quanto mais empresas lançarem mão das suas próprias interfaces de programação, mais fácil se dará a integração entre serviços e o acesso a dados que elas oferecem.

Ao permitir que diferentes interfaces comuniquem-se entre si, as empresas podem atender às necessidades de diferentes grupos de clientes sem que seja necessário criar soluções do zero. Assim, a API Economy promove uma melhoria contínua de serviços e, como consequência, da experiência do cliente.

Além disso, pode representar uma receita adicional para as empresas. Isso porque, além da monetização das próprias aplicações, o uso de APIs possibilita que novas produções e serviços cheguem ao mercado mais rapidamente, dando às organizações mais liberdade para desenvolver novas estratégias.

A receita também se vê impactada pela economia de custos que seriam destinados à criação de um software proprietário. Na API Economy, pequenas, médias e grandes empresas podem colaborar com as mesmas ferramentas, tornando o mercado mais igualitário.

Quando tratamos especificamente do setor elétrico, as APIs facilitam o compartilhamento de dados e o acesso a recursos, o que permite, por exemplo, que as empresas concessionárias de energia escolham as opções mais adequadas às necessidades de cada unidade e aos requisitos da organização.

Essa tecnologia também fornece escalabilidade aos negócios e reduz as barreiras para a introdução de novas tecnologias e soluções. Além disso, facilita a criação de parceiras e da cooperação, ajudando as empresas do setor a reduzir custos, melhorar seu desempenho, atender melhor o usuário e impulsionar a inovação.

Leia mais: As inovações que estão transformando a distribuição de energia elétrica

Dados compartilhados nas redes de distribuição de energia elétrica

As redes elétricas estão entre as estruturas mais importantes de qualquer cidade, e a digitalização do sistema de distribuição de energia está no cerne da transformação do setor energético, permitindo que boa parte dos seus componentes (cabos, transformadores, chaves, disjuntores, entre outros) tornem-se capazes de coletar e compartilhar dados.

As APIs permitem realizar o compartilhamento das informações armazenadas e gerenciadas pelas concessionárias de energia (sobre clientes, instalações, consumo, faturamento etc.).

Com isso, esses dados não servem apenas às empresas do setor, mas também a companhias responsáveis por outros serviços de utilidade pública, como gás, água e telecomunicações, criando-se uma infraestrutura em comum e com um custo reduzido.

O compartilhamento dessas informações acontece por meio da geração de catálogos e da criação de uma infraestrutura que permita aos usuários externos se conectarem aos bancos de dados da concessionária de energia e consumir suas informações.

Assim, a API Economy propicia a aproximação das empresas do setor elétrico com as companhias responsáveis por outros serviços em uma determinada região, gerando mais engajamento com stakeholders e possibilidade que eles façam análises e gerem insights para os seus próprios negócios.

Além disso, os dados digitalizados da infraestrutura da cidade também podem ser compartilhados com cidadãos, universidades, startups e poder público. Isso permite o desenvolvimento de novas soluções e serviços e a geração de novas oportunidades de negócios com o objetivo de entregar mais valor à população.

Leia mais: Tecnologias para automação do sistema de distribuição de energia elétrica

Aplicações da API Economy no Setor Elétrico

A API Economy vai possibilitar que boa parte dos equipamentos e informações do sistema de distribuição de energia possam ser utilizados não apenas pela empresa responsável pelo serviço, mas também por concessionárias de outras utilidades públicas

E isso se dará justamente pela coleta e compartilhamento de dados. Os novos equipamentos instalados deixarão de ser estruturas passivas e passarão a ser dotados de sensores inteligentes capazes de captar todo o tipo de informações do ambiente.

Um poste, por exemplo, não será mais um elemento passivo, mas poderá ser utilizado para coletar dados por meio de sensores, mapear as ruas e calçadas com o auxílio de câmeras, identificar a demanda de energia em cada ponto e realizar a medição de temperatura, umidade e poluição do ar.

E esse é apenas um pequeno exemplo do potencial dessa tecnologia. O uso de APIs também vai permitir o mapeamento 3D das estruturas subterrâneas das cidades. Assim, as empresas de diferentes serviços poderão compartilhar a tecnologia para que todas tenham acesso a informações sobre o estado dos componentes, a realização de obras, necessidade de manutenção etc.

Outra aplicação possível diz respeito à utilização de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) para o sensoriamento de ativos e o fornecimento dos dados gerados. Isso possibilitaria a todas as empresas partilharem o uso da infraestrutura da região, o que resultaria em uma redução de custo por companhia.

Por meio dessas tecnologias, será possível, por exemplo, a implementação de câmeras, instaladas em postes, para fazer a contagem de pessoas e reconhecimento facial, para identificar suspeitos e alertar polícias e guardas municipais.

O uso de câmeras, aliás, tende a se tornar uma realidade cada vez mais presente. Uma alternativa é o uso de câmeras instaladas em caminhões de lixo para fazer o mapeamento 3D das vias da cidade, coletando dados ao longo de todo o percurso.

Dotadas de Inteligência Artificial, elas permitem identificar, por exemplo, buracos nas ruas ou áreas construídas irregularmente, além de fazer a detecção automática e em tempo real de diferentes variáveis.

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