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Como a tecnologia ajuda a otimizar a cadeia produtiva no agronegócio

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O uso de soluções digitais no agronegócio brasileiro já é uma realidade. Segundo pesquisa feita pela Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas no país utilizam algum tipo de inovação tecnológica em seus processos produtivos.

De fato, a transformação digital tem impulsionado a indústria 4.0 no contexto do agro. A digitalização de processos une-se ao uso de tecnologias específicas para o setor e ao desenvolvimento de novos modelos de negócio que ajudem a promover uma maior integração na cadeia produtiva e a aproximar os consumidores com cada um dos elos da produção.

Isso porque a manufatura avançada tem na integração o seu ponto central, utilizando-a como forma de criar novos valores ao longo de toda a cadeia, em especial o consumidor final, que cada vez mais entende o impacto das suas decisões sobre os outros elos da cadeia.

Neste post, vamos entender melhor a importância de otimizar a cadeia produtiva, compreender os elos de integração que a formam e conhecer o projeto RAMA, que foi executado pela Fundação CERTI. Acompanhe!

A importância de otimizar a cadeia produtiva

A cadeia produtiva do agronegócio envolve uma série de operações interdependentes que devem funcionar de maneira organizada e integrada. Quando as etapas estão bem integradas, a cadeira consegue fluir sem entraves, garantindo que ao consumidor final chegue um produto de qualidade.

Por outro lado, quando essa integração não acontece ou, por algum motivo, é quebrada, pode ocorrer um efeito dominó de erros que impactam profundamente as etapas subsequentes e podem comprometer todo o processo.

Dessa forma, a otimização da cadeia produtiva permite não apenas uma maior integração entre os elos que a compõem, mas também possibilita que o processo de produção ocorra de maneira mais fluida. Como consequência, há uma clara redução nos custos operacionais e um aumento na competitividade. Além disso, em se tratando do agronegócio, outro benefício importante é a diminuição de desperdícios, sobretudo na etapa final da cadeia.

Felizmente, a manufatura avançada tem impulsionado soluções para garantir a integração de toda a cadeia produtiva do agronegócio e reduzir perdas e prejuízos.

Elos de integração da cadeia

Via de regra, a cadeia produtiva do agronegócio é composta por cinco segmentos – ou elos. Cada um deles é fundamental para que o subsequente possa viabilizar-se, fazendo com que toda a cadeira interligue-se e flua de maneira ótima. São eles:

  • Fornecedores de insumos: disponibilizam a matéria-prima – orgânicas e tecnológicas – para os produtores, sendo primordial que tenham um elevado padrão de qualidade e capacidade logística para assegurar a entrega íntegra.
  • Produtores: responsáveis por utilizar os insumos para a produção de commodities.
  • Processadores: etapa de transformação dos produtos que serão consumidos, seja o simples empacotamento ou processos como o refinamento.
  • Distribuidores: realizam o abastecimentos dos pontos de venda ou diretamente para os consumidores finais, por meio do varejo. Como lidam com alimentos, a questão logística é fundamental, para garantir uma entrega íntegra e no menor tempo possível.
  • Consumidores finais: última etapa, em que os produtos serão consumidos. Refere-se tanto ao mercado interno quanto externo, no caso de exportações.

Como vimos, a integração dos diferentes elos da cadeia produtiva do agronegócio é essencial para garantir a eficiência do processo como um todo. Por se tratar de etapas consecutivas, elas ocorrem de forma inseparável, ou seja, cada elo depende do anterior para que o ciclo se complete.

Em virtude dessa dependência, qualquer erro em um dos segmentos compromete toda a cadeia, impactando fortemente o consumidor final – o que pode levar a perdas e desperdícios que poderiam ser facilmente evitados.

Leia mais: A Revolução da Agricultura Digital

RAMA: Análise para a criação de redes de manufatura avançada no agronegócio

Em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação CERTI coordenou e executou o projeto RAMA: Rede de Manufatura Avançada para o Agronegócio Brasileiro.

A iniciativa surgiu como uma organização impulsionadora, que buscava atuar como um elo entre gestores e equipes de diferentes áreas, promovendo o aumento da competitividade e a redução de custos na cadeia do gado de corte por meio de ações colaborativas baseadas na transformação digital.

Na análise da cadeia, surgiram diversas iniciativas baseadas nas demandas de facilitação de conexão entre os elos de integração. As mais destacadas, para a cadeia do gado de corte, foram a garantia da segurança e sanidade animal e a conservação e cadeia do frio.

Conservação 

A conservação refere-se à cadeia de frio. Por meio da integração entre as empresas dos diferentes elos e do uso de tecnologias como internet das coisas (IoT) e Big Data, buscou apontar caminhos na manufatura avançada para a cadeia logística, apresentando-se em tendências como:

  • Entregas personalizadas, seguindo as demandas do mercado consumidor;
  • Rastreabilidade dos produtos para o consumidor final, embarcando tecnologias como blockchain e computação em nuvem;
  • Inovação em embalagens, desenvolvendo materiais e tecnologias que ajudem a conservar as características dos produtos por mais tempo;
  • FEFO (first expired, first out – ou o primeiro que expira é o primeiro que sai), utilizando modelos de estimativa de vida dos alimentos para otimizar a gestão logística.

Segurança e sanidade

Já a segurança e a sanidade dizem respeito a assegurar a qualidade dos animais de acordo com padrões nacionais e internacionais, com certificação de cada fase do processo produtivo. O objetivo é garantir que os produtos estejam livres de problemas sanitários, ambientais e ligados ao estresse animal. Nesse sentido, as tendências mais importantes foram apontadas e trazidas como propostas de projetos de integração:

  • Bem-estar animal, focando em produtos de maior qualidade;
  • Individualização do monitoramento, utilizando dados de cada animal para reduzir perdas e controlar ocorrências;
  • Diagnóstico precoce, realizando a predição e a identificação de doenças a partir do monitoramento dos dados dos animais e do ambiente;
  • Autodeclaração de conformidade, fornecendo informações sobre o status de saúde dos animais e sanitário dos frigoríficos;
  • Automação de processos, realizando a esterilização e reduzindo a manipulação humana para diminuir os riscos de contaminação.

Leia mais: Revolução 4.0 no setor do Gado de Corte: Indústria 4.0 no agronegócio da carne faz sentido?

Quer saber mais sobre este projeto e a expertise da CERTI no desenvolvimento tecnológico para o agronegócio? Então entre em contato conosco e fale com nossos especialistas!

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